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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O Movimento Pentecostal


PARTE I: ANÁLISE HISTÓRICA E DOUTRINÁRIA
O surgimento do movimento pentecostal é considerado o fenômeno mais
importante da história da igreja no século 20. Exatamente agora este movimento
está completando um século, tendo surgido em Los Angeles, Estados Unidos, em
1906. Por causa do enorme crescimento do pentecostalismo, e do impacto que
tem causado nas igrejas e na sociedade, particularmente no Brasil, é importante
conhecer a sua história e as suas características.
1. Antecedentes.
Ao longo de toda a história do cristianismo têm existido manifestações de
entusiasmo religioso e em especial movimentos chamados carismáticos. O termo
“entusiasmo” aponta para situações em que as pessoas afirmam receber
revelações diretas de Deus, muitas vezes acompanhadas de êxtases místicos,
visões e outros fenômenos associados a uma experiência religiosa de grande
fervor e intensidade. O termo “carismático” lembra os carismas ou dons espirituais
mencionados no Novo Testamento, particularmente aqueles extraordinários ou
espetaculares tais como profecias, línguas estranhas, curas e outros milagres.
Exemplos dessas manifestações podem ser vistos na igreja de Corinto nos dias
apostólicos, no movimento montanista (2° século), em alguns grupos anabatistas
da época da Reforma Protestante (século 16), entre os quacres ingleses (século
17) e no ministério de Edward Irving (século 19), um pastor presbiteriano escocês
que é considerado o precursor do moderno movimento carismático.
2. Primórdios nos Estados Unidos.
Após a Guerra Civil, na segunda metade do século 19, surgiu nas igrejas
metodistas dos Estados Unidos um movimento que dava ênfase especial à plena
santificação como uma “segunda bênção” ou “segunda obra da graça”, distinta da
conversão. Essas igrejas ficaram conhecidas pelo nome “holiness” (santidade).
Com o passar do tempo, algumas igrejas holiness passaram a falar no “batismo
com o Espírito Santo e com fogo” como sendo uma terceira experiência na vida
cristã.
Em 1900, um pregador metodista, Charles Fox Parham, criou um instituto bíblico
na cidade de Topeka, no Kansas, na região central dos Estados Unidos. Há cerca
de dez anos ele vinha ensinando que a glossolalia – falar em línguas
desconhecidas ou estrangeiras – devia acompanhar esse batismo no Espírito
Santo. Por algum tempo, ele chegou a acreditar que os crentes receberiam o
conhecimento sobrenatural de línguas terrenas para que pudessem rapidamente
evangelizar o mundo antes da volta de Cristo.
Já havia ocorrido a manifestação de línguas em anos anteriores nos EUA, assim
como em outros períodos da história. A novidade na teologia de Parham é que ele
foi o primeiro a considerar o “falar em línguas” como a evidência inicial do batismo
no Espírito Santo. Foi essa característica que se tornou a marca distintiva do
movimento pentecostal.
No dia 31 de dezembro de 1900, Parham e seus alunos realizaram um culto de
vigília em seu instituto bíblico para aguardar a chegada do novo século. Uma
evangelista de 30 anos, Agnes Ozman, pediu que lhe impusessem as mãos para
que ela recebesse o Espírito Santo a fim de ser missionária no exterior. Ela falou
em línguas, fenômeno que se repetiu nos dias seguintes com metade das pessoas
da escola, inclusive Parham.
Nos anos seguintes, Parham deu continuidade ao seu trabalho em várias partes
dos Estados Unidos, atraindo milhares de seguidores. Seu movimento recebeu
diferentes nomes: fé apostólica, pentecostal ou chuva tardia. Nessa época,
ocorreu um movimento semelhante na Inglaterra, que ficou conhecido como “o
grande avivamento do País de Gales”. Em 1905, Parham criou uma escola bíblica
em Houston, no Texas. Um dos estudantes atraídos pela escola foi um ex-garçom
negro e pregador holiness, William J. Seymour.
3. O Avivamento da Rua Azusa.
Era o período da discriminação racial no sul dos Estados Unidos e Parham
simpatizava com esse sistema. Seymour só podia ouvir as aulas sentando-se no
corredor do lado de fora da sala. Algumas semanas depois, ele recebeu o convite
para visitar um pequeno grupo batista em Los Angeles. Esse grupo, pastoreado
por uma mulher, Julia Hutchins, havia sido expulso de sua igreja por esposar
doutrinas holiness.
Seymour, então com trinta anos, era filho de escravos, tinha pouca cultura,
limitados dotes de oratória e era cego de um olho. Escolheu Atos 2.4 para o seu
primeiro sermão em Los Angeles, embora ele mesmo nunca tivesse falado em
línguas. A pastora não gostou do seu ensino, mas ele, acompanhado por boa
parte do grupo, passou a fazer as reuniões na casa onde estava hospedado.
Quando esta se tornou pequena, foram para outra um pouco maior, na Rua
Bonnie Brae.
Com o passar dos dias, várias pessoas começaram a falar em línguas, primeiro
negros, depois brancos, e finalmente o próprio Seymour teve essa tão-sonhada
experiência (12-04-1906). Nesse mesmo dia, a varanda da frente dessa residência
desabou devido ao peso da multidão. Com isso, os líderes alugaram um rústico
edifício de madeira na rua Azusa, no centro de Los Angeles. Esse prédio havia
abrigado uma igreja metodista negra e posteriormente tinha sido usado como
cortiço e estábulo.
Imediatamente as reuniões atraíram a atenção da imprensa. O principal jornal da
cidade mandou um repórter ao local e este escreveu ridicularizando os fenômenos
presenciados. Esse artigo, intitulado “Estranha babel de línguas”, foi publicado no
mesmo dia em que um terremoto seguido de um incêndio destruiu a cidade de
San Francisco (18-04-1906), no norte na Califórnia. O artigo funcionou como
propaganda gratuita e logo em seguida ocorreu o avivamento da rua Azusa.
As reuniões eram elétricas, barulhentas. Começavam às 10 da manhã e
continuavam por pelo menos doze horas, muitas vezes terminando às 2 ou 3 da
madrugada seguinte. Não havia hinários, liturgia ou ordem de culto. Os homens
gritavam e saltavam através do salão; as mulheres dançavam e cantavam.
Algumas pessoas entravam em transe e caiam prostradas. Até setembro, 13.000
pessoas passaram pelo local e ouviram a nova mensagem. Muitos pastores
respeitáveis foram investigar o que estava acontecendo e muitos deles acabaram
se rendendo ao que ocorria.
Uma característica marcante dessas primeiras reuniões foi o seu caráter multiracial,
com a participação de negros, brancos, hispanos, asiáticos e imigrantes
europeus. A liderança era dividida entre negros e brancos, homens e mulheres.
Um artigo do número de novembro de 1906 do jornal A Fé Apostólica, fundado por
Seymour, dizia: “Nenhum instrumento que Deus possa usar é rejeitado por motivo
de cor, vestuário ou falta de cultura”. Outro artigo informava que em um culto de
comunhão que durou toda a noite havia pessoas de mais de vinte nacionalidades.
Uma frase comum dizia que “a linha divisória da cor havia sido lavada pelo
sangue”.
Desde o início houve também muitos problemas: médiuns espíritas tentavam
realizar sessões durante os cultos; enquanto muitas pessoas sentiam a presença
de Deus, outras ficavam no fundo do salão discutindo e condenando; havia muitas
críticas de jornais e de líderes de outras igrejas. Mas também houve crises
internas: choques de personalidade, fanatismo, divergências doutrinárias e
separação racial. Seymour e outros líderes negros acabaram assumindo o
controle da missão, excluindo os brancos e os hispanos. O próprio Parham visitou
o local em outubro de 1906 e ficou chocado com certas manifestações.
Após cerca de três anos de reuniões diárias de alta intensidade, o avivamento
entrou em declínio. Após a morte de Seymour em 1922 e de sua esposa em 1936,
a missão fechou as portas e o edifício foi demolido. Mas um novo capítulo na
história da igreja havia começado.
Portanto, o movimento pentecostal tem dois fundadores: Charles Parham e
William Seymour. Parham foi o primeiro a dizer que o falar em línguas era a
evidência visível, bíblica do batismo com o Espírito Santo. A importância de
Seymour, o discípulo de Parham, reside no fato de que sob a sua liderança,
através do Avivamento da Rua Azusa, o pentecostalismo se tornou um fenômeno
internacional e mundial, a partir de 1906.
4. Controvérsias.
Desde o início o movimento pentecostal foi muito diversificado, com uma grande
variedade de manifestações e ênfases. Isso se deveu em parte a uma série de
controvérsias que abalaram o movimento:
(a) A “obra consumada”. A controvérsia da obra consumada foi a primeira
ruptura na família pentecostal. Segundo a visão tradicional do movimento holiness
e dos primeiros pentecostais (seguindo João Wesley), existia uma experiência
instantânea de “inteira santificação” ou “perfeição cristã”, separada da experiência
da conversão. Era chamada a “segunda bênção”, sendo considerada uma
preparação necessária para uma terceira experiência, o batismo com o Espírito
Santo (a nova experiência pentecostal). Em 1910, William H. Durham, pastor da
Missão da Avenida Norte, em Chicago, questionou essas idéias, insistindo no que
ele denominou a “obra consumada no Calvário”, ou seja, a obra de Cristo na cruz
era suficiente tanto para a salvação quanto para a santificação. Os pentecostais
da obra consumada passaram a entender a santificação como um processo
gradual. Em 1915, essa já era a posição preferida de aproximadamente metade
dos pentecostais americanos, e hoje da maioria deles.
(b) A questão racial. O Avivamento da Rua Azusa uniu negros e brancos,
tornando-se, nos seus primeiros anos, um modelo de cooperação inter-racial. Em
1910, destacados líderes pentecostais brancos e negros se esforçavam para
tornar essa visão inter-racial um elemento básico do pentecostalismo. Com o
tempo, muitos líderes brancos acharam difícil manter esse impulso inicial. O
racismo e as leis de segregação racial do Sul (leis Jim Crow) prevaleceram. Ficou
difícil realizar convenções multi-raciais, pois havia leis proibindo reuniões desse
tipo e acomodações em hotéis para ambas as raças. Por causa dos obstáculos
culturais, sociais e institucionais, igrejas negras começaram a se retirar de
denominações multi-raciais já em 1908. Do mesmo modo, uma associação branca
ligada à Igreja de Deus em Cristo formou as Assembléias de Deus como uma
denominação predominantemente branca em 1914 (Hot Springs, Arkansas). Em
1924, a maior parte das igrejas brancas de outra denominação mista, as
Assembléias Pentecostais do Mundo, se retiraram para criar uma denominação
branca, que mais tarde veio a ser o nome de Igreja Pentecostal Unida (Missouri).
Os pentecostais hispanos, muito numerosos, também se organizaram
separadamente. Desde fins dos anos 60, as denominações pentecostais têm
tentado sanar algumas dessas divisões.
(c) O movimento da unicidade. Em 1913, numa concentração na Califórnia, o
pastor canadense Robert Edward McAlister começou a insistir no fato que o Novo
Testamento mostra os apóstolos batizando somente “em nome de Jesus”. Essa
prática começou a ser adotada por muitos pentecostais através do país. No início
parecia apenas uma nova fórmula para o batismo, mas com o tempo verificou-se
que era uma rejeição da doutrina da Trindade com sua tríplice distinção de
pessoas (uma reedição do antigo monarquianismo modalista). Em 1916, as
Assembléias de Deus condenaram formalmente as posições do movimento de
unicidade ou Jesus somente. Seus adeptos tiveram de desligar-se e formaram as
suas próprias denominações – as Assembléias Pentecostais do Mundo e a Igreja
Pentecostal Unida. Hoje esse grupo representa uma pequena fração do
pentecostalismo mundial.
(d) Pacifismo. A maior parte dos primeiros pentecostais eram firmes pacifistas,
por duas razões: obediência a preceitos bíblicos (“Amai os vossos inimigos”, “Não
matarás”) e crença pré-milenista no fim do mundo. A maioria das igrejas se
posicionou contra o envolvimento na I Guerra Mundial e alguns líderes chegaram
a ser presos. Na época da II Guerra Mundial, eles já haviam assumido uma
posição cultural mais semelhante aos evangélicos, aprovando a legitimidade de
envolvimento americano na guerra. Na Guerra do Vietnã muitos já haviam se
tornado antipacifistas.
(e) Manipuladores de serpentes. Num domingo de 1910, um pregador do
Tennessee chamado George W. Hensley pregou sobre o texto de Marcos 16.17-
18. Ao concluir, ele tirou uma grande cascavel de uma caixa e segurou-a com as
mãos por vários minutos. A seguir, ordenou que a sua congregação fizesse o
mesmo. Sua fama se espalhou pela região e ele foi ordenado na Igreja de Deus.
Teve uma vida cheia de altos e baixos, inclusive com quatro casamentos, mas
continuou a manipular serpentes. Essa prática foi proibida por lei e
Hensley e seus seguidores foram presos muitas vezes. Em 24 de julho de 1955,
Hensley foi mordido mais uma vez. Como nas outras ocasiões, recusou-se a
receber tratamento médico e na manhã seguinte estava morto aos 75 anos. Hoje
cerca de 2.500 pentecostais praticam o manuseio de serpentes em igrejas
autônomas muito conservadoras.
(f) Os latinos. Os latinos, principalmente mexicanos e chicanos, estiveram
presentes no Avivamento da Rua Azusa desde o início. Por razões não
inteiramente claras, Seymour os expulsou da missão em 1909. Esse conflito deu
origem ao movimento pentecostal latino, que se difundiu através dos Estados
Unidos, México e Porto Rico. Já em 1912, eles criaram suas próprias igrejas
autônomas e independentes na Califórnia, Texas e Havaí. Até recentemente eles
eram conhecidos como os “pentecostais silenciosos”, porque sua história
raramente era contada. Esse segmento tem desfeito o estereótipo de que ser
latino é o mesmo que ser católico romano. Em 1998, cerca de um milhão de
latinos freqüentavam 10.000 igrejas e grupos de oração em 40 tradições
pentecostais e carismáticas nos EUA e Porto Rico.
5. Mulheres.
As mulheres tiveram grande participação e visibilidade nos primórdios do
movimento pentecostal. Dois exemplos notáveis são Maria Beulah Woodworth-
Etter e Aimee Semple McPherson.
(a) Maria Woodworth-Etter (1844-1924) teve uma vida difícil até os 35 anos.
Cinco de seus seis filhos morreram e o seu primeiro marido foi surpreendido em
adultério. Em aflição, ela uniu-se aos quacres e tornou-se uma pregadora
avivalista. Nos seus cultos, as pessoas clamavam e choravam em alta voz; muitos
participantes entravam em transe ou tinham visões que podiam durar várias horas.
Em 1912, aos 68 anos, ela abraçou o movimento pentecostal mais amplo ao
pregar por seis meses em Dallas. Tornou-se uma das evangelistas pentecostais
mais conhecidas do início do século e o seu ministério possibilitou o surgimento
posterior de outras mulheres pregadoras e ministradoras de curas.
(b) Aimee Semple McPherson (1890-1944), originalmente Kennedy, nasceu em
Ontário, no Canadá. Seu pai era metodista e a mãe do Exército de Salvação.
Quando adolescente, conheceu o pentecostalismo através das pregações de
Robert Semple, com quem se casou aos 17 anos. Ele morreu dois anos depois,
em Hong Kong, quando o casal iniciava uma carreira missionária. Voltando para
casa, ela se casou com o homem de negócios Harold McPherson e eles se
tornaram evangelistas itinerantes (depois que ela quase morreu de apendicite em
1913). Em 1917, Aimee passou a publicar a revista mensal The Bridal Call (“O
chamado do noivo”) e começou a atrair a atenção da imprensa. Depois que o
marido pediu divórcio, ela aceitou em 1918 um convite para pregar em Los
Angeles. Dedicou as suas energias à recuperação do “cristianismo da Bíblia”,
usando como tema Hebreus 13.8. Em 1919, iniciou uma série de conferências que
a tornaram famosa. Dentro de um ano, os maiores auditórios dos EUA não
comportavam as multidões que queriam ouvi-la. As orações pelos enfermos
tornaram-se marcas de suas campanhas. Em rápida sucessão, ela foi à Austrália,
a primeira de suas viagens ao exterior (1922), consagrou o Templo Ângelus
(1923), fundou uma estação de rádio (1924) e a sua escola bíblica mudou-se para
uma sede própria (1925). “Sister”, como era chamada, também iniciou vários
projetos na área social em diversas cidades. Em maio de 1926 começaram os
problemas. Ela alegou que foi seqüestrada e que teria conseguiu escapar, algo
que nunca foi devidamente esclarecido. Enfrentou sérios problemas de saúde na
maior parte da década de 1930. Um desastroso terceiro casamento durou menos
de dois anos. Sua realização pública mais notável nos anos 30 foi um programa
social no Templo Ângelus que distribuiu alimentos, roupas e outros donativos a
muitas famílias carentes. Durante a Depressão, o refeitório ofereceu 80.000
refeições só nos dois primeiros meses. Sua contribuição mais duradoura foi a
criação da Igreja Internacional do Evangelho Quadrangular (1927), cujo nome
aponta para Cristo como aquele que salva, cura, batiza como Espírito Santo e virá
outra vez.
6. Cronologia do pentecostalismo americano.
• Raízes no movimento holiness
1867 – É criada em Vineland, Nova Jersey, a Associação Nacional Holiness.
1879 – É criada a Associação Holiness de Iowa, a maior dos Estados Unidos.
1887 - A. B. Simpson funda a Aliança Cristã e Missionária para promover o “quádruplo
evangelho” holiness.
1895 – B. H. Irwin ensina um “batismo de fogo” como terceira bênção, dividindo a
Associação Holiness de Iowa e criando a Associação Holiness Batizada com Fogo.
1896 – Um avivamento Holiness Batizado com Fogo testemunha o dom de línguas.
1897 – Charles H. Mason e C. T. Jones criam a Igreja de Deus em Cristo em Lexington,
Mississipi.
1898 – Surge a primeira congregação da Igreja Pentecostal Holiness em Goldsboro,
Carolina do Norte.
• Surgimento do pentecostalismo
1901 – Agnes Ozman fala em línguas em Topeka, Kansas. Charles Parham diz que as
línguas são a “evidência bíblica” do batismo no Espírito.
1902 – É criada a primeira congregação da Igreja de Deus em Camp Creek, Carolina do
Norte.
1905 – William Seymour aceita a doutrina pentecostal de Parham em Houston, Texas.
1906 – Primeira Assembléia Geral da Igreja de Deus (Cleveland, Tennessee).
1906 – Avivamento da Rua Azusa (até 1909); o pentecostalismo se torna internacional sob
a liderança de Seymour.
1907 – T. B. Barrett inicia reuniões pentecostais em Oslo, Noruega. Surgem movimentos
pentecostais na Escandinávia, Inglaterra e Alemanha.
1907 – G. B. Cashwell difunde o pentecostalismo no Sul dos Estados Unidos.
1908 – John G. Lake funda a Missão da Fé Apostólica na África do Sul.
1908 – A Igreja de Deus (Cleveland, Tenn.) aceita o pentecostalismo sob a influência de A.
J. Tomslinson.
1909 – Luigi Francescon e Giacomo Lombardi iniciam movimentos pentecostais nos EUA,
Itália, Argentina e Brasil.
1909 – Os evangélicos alemães condenam o pentecostalismo na “Declaração de Berlim”.
1909 – Florence Crawford funda a Igreja da Fé Apostólica em Portland, Oregon.
• Consolidação do movimento
1910 – W. H. Durham inicia o movimento da “obra consumada” em Chicago.
1912 – Maria Woodworth-Etter torna-se uma popular pregadora pentecostal em Dallas.
1914 – As Assembléias de Deus são criadas em Hot Springs, Arkansas.
1916 – O Movimento da Unicidade divide as Assembléias de Deus.
1919 – Criação oficial das Assembléias Pentecostais do Mundo.
1923 – A. J. Tomlinson funda a Igreja de Deus da Profecia.
1927 – Aimee Semple McPherson funda a Igreja Internacional do Evangelho
Quadrangular em Los Angeles.
1928 – Mary Rumsey inicia as primeiras missões pentecostais na Coréia e no Japão.
1943 – As igrejas pentecostais americanas são aceitas como membros da Associação
Nacional de Evangélicos.
1945 – Várias fusões produzem a Igreja Pentecostal Unida (Missouri).
1948 – Início de cruzadas de cura divina com William Branham e Oral Roberts.
7. O pentecostalismo no Brasil.
O pentecostalismo entrou cedo na América Latina (Chile, 1909; Brasil, 1910).
Inicialmente cresceu pouco, mas a partir dos anos 50 o crescimento se
intensificou, especialmente nesses dois países. A partir dos anos 70, expandiu-se
na América Central (especialmente na Guatemala e El Salvador, onde representa
respectivamente 30% e 20% da população). No Chile, 75 a 80% dos protestantes
são pentecostais. Nesse país, o pentecostalismo marcou a nacionalização do
protestantismo.
O sociólogo Paul Freston fala de “três ondas” ou fases de implantação do
pentecostalismo no Brasil. A primeira onda, ainda no início do movimento
pentecostal americano, trouxe para o Brasil duas igrejas: a Congregação Cristã no
Brasil (1910) e as Assembléias de Deus (1911). Essas igrejas dominaram o
campo pentecostal durante quarenta anos. A AD foi a que mais se expandiu
numérica e geograficamente. A CCB, após um período em que ficou limitada à
comunidade italiana, sentiu a necessidade de assegurar a sua sobrevivência por
meio do trabalho entre os brasileiros.
A segunda onda pentecostal ocorreu na década de 50 e início dos anos 60,
quando o campo pentecostal se fragmentou e surgiram, entre muitos outros, três
grandes grupos ainda ligados ao pentecostalismo clássico: Igreja do Evangelho
Quadrangular (1951), Igreja Evangélica Pentecostal O Brasil para Cristo (1955) e
Igreja Pentecostal Deus é Amor (1962), todas voltadas de modo especial para a
cura divina. Essa segunda onda coincidiu com o aumento do processo de
urbanização do país e o crescimento acelerado das grandes cidades. Freston
argumenta que o estopim foi a chegada da Igreja Quadrangular com seus
métodos arrojados, forjados no berço dos modernos meios de comunicação de
massa, a Califórnia.
A terceira onda histórica do pentecostalismo brasileiro começou no final dos anos
70 e ganhou força na década de 80, com o surgimento das igrejas denominadas
neopentecostais, com sua forte ênfase na “teologia da prosperidade”. Sua
representante máxima é a Igreja Universal do Reino de Deus (1977), mas existem
outros grupos significativos como a Igreja Internacional da Graça de Deus (1980),
Comunidades Evangélicas, Igreja Renascer em Cristo, Comunidade Sara Nossa
Terra, Paz e Vida, etc. Assim como a ênfase da primeira onda foi o batismo com o
Espírito Santo e ao conseqüente falar em línguas; a da segunda onda foi a cura e
a da terceira, o exorcismo.
Uma importante precursora dos grupos neopentecostais foi a Igreja de Nova Vida,
fundada pelo canadense Robert McAllister, que rompeu com a Assembléia de
Deus em 1960. Essa igreja foi pioneira de um pentecostalismo de classe média,
menos legalista, e investiu muito na mídia. Foi também a primeira igreja
pentecostal a adotar o episcopado no Brasil. Sua maior contribuição foi treinar
futuros líderes como Edir Macedo e seu cunhado Romildo R. Soares.
Outros grupos pentecostais e neopentecostais brasileiros resultaram da chamada
“renovação carismática”. Esse movimento surgiu nos Estados Unidos no início dos
anos 60, com a ocorrência de fenômenos pentecostais nas igrejas protestantes
históricas e também na igreja católica. No Brasil, a “renovação” produziu divisões
em quase todas as denominações tradicionais, com o surgimento de grupos como
a Igreja Batista Nacional, a Igreja Metodista Wesleyana e a Igreja Presbiteriana
Renovada.
Dados sobre as principais denominações pentecostais:
(a) Congregação Cristã no Brasil:
Foi fundada pelo italiano Luigi Francescon (1866-1964), que havia ido como imigrante para os
Estados Unidos. Converteu-se ao evangelho e foi um dos fundadores da Igreja Presbiteriana
Italiana de Chicago. Nessa cidade, acabou sendo alcançado pelo nascente movimento
pentecostal. Chegou ao Brasil em 1910 em resposta a uma profecia para que levasse a obra
pentecostal aos seus patrícios. Iniciou as suas atividades entre imigrantes italianos residentes em
São Paulo e em Santo Antônio da Platina (PR). Após um rápido crescimento inicial, foi
ultrapassada pela Assembléia de Deus no final dos anos 40.
(b) Assembléia de Deus:
Resultou do trabalho de dois suecos de origem batista: Gunnar Vingren (1879-1933) e Daniel Berg
(1885-1963). Eles também foram como imigrantes para os Estados Unidos, sendo alcançados pelo
movimento pentecostal em Chicago. Os dois obreiros fixaram-se em 1911 em Belém do Pará, onde
passaram a freqüentar a igreja batista, cujo pastor também era sueco. Alguns meses depois, a
mensagem pentecostal de Vingren e Berg produziu uma divisão na igreja, surgindo assim o
primeiro grupo da nova denominação.
(c) Igreja do Evangelho Quadrangular:
Fundada nos Estados Unidos em 1927 por Aimee Semple McPherson, chegou ao Brasil por meio
do missionário Harold Williams, um ex-ator de filmes de faroeste, que implantou a primeira igreja
em São João da Boa Vista (SP), em novembro de 1951. Em 1953 teve início a Cruzada Nacional
de Evangelização, sendo Raymond Boatright o principal evangelista. Desde então essa igreja tem
crescido constantemente, sendo uma de suas peculiaridades a forte ênfase dada ao ministério
feminino.
(d) Igreja O Brasil Para Cristo:
Um dos primeiros pastores da Igreja Quadrangular brasileira foi Manoel de Mello, um exevangelista
da Assembléia de Deus. Em 1955, ele separou-se da Cruzada Nacional de
Evangelização e organizou a campanha “O Brasil Para Cristo”, da qual finalmente surgiu a igreja
do mesmo nome. Manoel de Mello surpreendeu o mundo evangélico em 1969 quando filiou a sua
igreja ao Conselho Mundial de Igrejas, filiação essa que durou até 1986. Em 1979 a Igreja
Evangélica Pentecostal O Brasil Para Cristo inaugurou o seu gigantesco templo no bairro da Água
Braça, em São Paulo, sendo orador oficial Philip Potter, secretário-geral do CMI. Entre os
presentes estava D. Paulo Evaristo Arns, o cardeal arcebispo de São Paulo.
(e) Igreja Deus é Amor:
Foi fundada por David Miranda, nascido em 1936, filho de um agricultor do Paraná. Vindo para São
Paulo, converteu-se numa pequena igreja pentecostal e em 1962 iniciou a sua própria igreja em
Vila Maria. Pouco depois a igreja transferiu-se para o centro da cidade e em 1979 foi adquirida a
“sede mundial” da Baixada do Glicério, onde recentemente foi construído um dos maiores templos
evangélicos do Brasil. A Igreja Deus é Amor até hoje não utiliza a televisão, mas é proprietária de
uma rede de emissoras de rádio e transmite os seus programas para toda a América Latina. Sua
direção continua firmemente nas mãos do fundador.
(f) Igreja Universal do Reino de Deus:
Foi fundada por Edir Macedo, nascido em 1944, filho de um comerciante fluminense. Macedo
trabalhou por dezesseis anos na Loteria do Estado do Rio de Janeiro, período em que subiu de
contínuo até um cargo administrativo. De origem católica, ingressou na Igreja de Nova Vida na
adolescência, deixando essa igreja para fundar a sua própria, inicialmente denominada Igreja da
Bênção. Em 1977, deixou o emprego público para dedicar-se integralmente ao trabalho religioso.
Nesse mesmo ano surgiu o nome IURD e o primeiro programa de rádio. Macedo residiu nos
Estados Unidos de 1986 a 1989. Quando voltou para o Brasil, transferiu a seda da igreja para São
Paulo e adquiriu a Rede Record. Em 1990, a IURD elegeu três deputados federais. Macedo esteve
preso por doze dias em 1992, sob a acusação de estelionato, charlatanismo e curandeirismo. Um
acontecimento que deu grande publicidade à igreja foi o episódio do “chute na santa”, quando, em
um programa de televisão transmitido em 12 de outubro de 1995, o bispo Sérgio von Helde referiuse
de modo desairoso a Maria, dando alguns chutes numa imagem da mesma. A ênfase principal
da mensagem da IURD é a teologia de prosperidade (saúde, finanças, amor), como já fica claro em
seu slogan “Pare de sofrer; venha para a IURD”. Também pratica o exorcismo de modo bastante
explícito.
(g) Igreja Renascer em Cristo:
Foi fundada em 1985 pelo “apóstolo” Estevam Hernandes e sua esposa, a “bispa” Sônia
Hernandes. Como outros líderes pentecostais, Estevam teve uma origem humilde como filho de um
jardineiro de cemitério e começou a trabalhar aos 7 anos, fazendo carretos em feiras livres. Mais
tarde, desiludido com o catolicismo, filiou-se a uma igreja pentecostal, onde conheceu a futura
esposa. Sete anos depois, casaram-se e decidiram fundar a sua própria igreja. À semelhança dos
pastores da IURD, o casal Hernandes tem grande habilidade em conseguir contribuições dos fiéis.
Todavia, ao contrário de Edir Macedo, ostentam com orgulho sinais de riqueza, como roupas
caras, jóias e automóveis importados. O casal é proprietário da Rede Gospel de Comunicação e
por algum tempo procurou assumir o controle da Rede Manchete de Televisão. A Igreja Renascer
exemplifica um pentecostalismo de classe média e tem forte apelo junto à juventude.
8. Características do pentecostalismo:
Essas características não estão presentes em todos os grupos da mesma maneira
ou então se aplicam a alguns grupos e não a outros. O movimento pentecostal é
muito diversificado e está em constante evolução, o que torna difíceis as
generalizações.
(a) Teológicas:
• Interesse pelo passado: busca de um retorno aos dias apostólicos, aos dias da igreja primitiva,
à experiência do Pentecostes. Ex: Missão Fé Apostólica.
• Interesse pelo futuro: fortes preocupações escatológicas e apocalípticas; ênfase na volta
iminente de Cristo; proximidade do tempo do fim. Ex: Evangelho Quadrangular.
• Atualidade da mensagem bíblica: tudo o que a Bíblia diz é para hoje, mesmo certos eventos do
Antigo Testamento.
• Interpretação bíblica ora literalista, ora figurada, conforme a necessidade. A Bíblia é vista
acima de tudo como um livro de promessas de Deus para os crentes.
• Ênfase em profecias e revelações, o que pode relativizar as Escrituras.
• Ênfase na pessoa e obra do Espírito Santo, especialmente nos seus dons extraordinários: falar
em línguas, curas, milagres.
• Preocupação com demônios, exorcismo, batalha espiritual.
• Batismo no Espírito Santo visto como experiência posterior à conversão.
(b) Sociológicas:
• Senso de coesão, valorização e dignidade pessoal.
• Ênfase na experiência e nas emoções: a importância de “sentir”.
• Fervor evangelístico e missionário.
• Discurso próprio: “poder”, “unção”, “libertação”, “direitos”.
• Anti-intelectualismo: desprezo pelo estudo e cultivo do intelecto, visto como algo perigoso para
a vida espiritual. Isso tem mudado nas últimas décadas.
• Tendência para modismos: dente de ouro, G-12, confissão positiva, etc.
• Perigo de lideranças personalistas, culto à personalidade.
• Pequena participação dos fiéis na esfera decisória e na administração financeira.
PARTE II : ASPECTOS DOUTRINÁRIOS
A REVELAÇÃO
Antes de tratar especificamente do tema “Revelação” à luz da Igreja Cristã
Reformada e do Movimento Pentecostal, faz-se necessário entender o termo
Carismático:
Usualmente a palavra carismático é associada a algo que fica em evidência. No
tema que estamos estudando, a palavra CARISMÁTICO refere-se aos carismas
ou dons espirituais mencionados no Novo Testamento, particularmente aqueles
extraordinários ou espetaculares: profecias, línguas estranhas, curas e outros
milagres.
Estas manifestações sempre houveram na Igreja. Um exemplo é o grupo
denominado MONTANISTAS no segundo século de nossa era. Montanus, seu
líder, apregoava que os cristãos estavam vivendo os “último dias”, imediatamente
anteriores à volta de Cristo. Sua doutrina chave se consistia em afirmar que ele
falava por revelação direta de Deus através do Espírito Santo. As revelações que
recebiam eram suplementares àquelas comunicadas por Cristo e pelos apóstolos
uma vez que seguiam a uma escala progressiva desde os profetas do Antigo
Testamento até aquele tempo dos profetas e profetisas Montanistas. Nessa
época, já propunha a divisão dos crentes em dois grupos: os espirituais e os
carnais. O Concílio de Constantinopla (381) reafirmou a posição de uma parte da
igreja que considerava o grupo herege. Propôs, aos que haviam abraçado as
idéias de Montanus, o arrependimento e um estudo intenso das escrituras.
Pode-se dizer que até a década de 1950 manifestações carismáticas ficavam mais
restritas às denominações pentecostais (no Brasil: Assembléias de Deus,
Congregação Cristã no Brasil e Igreja do Evangelho Quadrangular). A partir da
década de 1950, algumas denominações como Episcopal, Metodista,
Presbiteriana, Batista e Luterana, passam a sofrer a influência de carismáticos,
dando força ao que então passa a ser considerado mesmo como um
MOVIMENTO, que veremos, é bastante diversificado, não apresentando uma
configuração única, sofrendo modificações ao longo do tempo.
O que é REVELAÇÃO?
O Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, define: 1. Ato ou efeito de
revelar-se; 2. Entre os cristãos, ação divina que comunica aos homens os
desígnios de Deus e a verdade que estes envolvem, sobretudo através da palavra
consignada através dos livros sagrados. (grifo meu); 3. A doutrina religiosa
revelada, por oposição àquela a que se chega pela razão apenas; 4. Descoberta
reveladora de uma fato que produz sensação, ou de uma qualidade ou vocação
numa pessoa; 5. O fato ou a pessoa assim descoberta; 6. Divulgação de coisa
ignorada ou secreta; 7. Processo em que se torna visível a imagem latente de uma
chapa fotográfica impressionada.
É interessante observarmos que o próprio dicionário, um livro secular, não deixa
de relacionar REVELAÇÃO como algo provindo de Deus.
Numa definição eminentemente teológica, REVELAÇÃO é a ação de Deus se
dando a conhecer ao Homem. Pode-se afirmar que este aspecto é aceito por
todos os cristãos e talvez por tantas outras religiões.
Há dois tipos de REVELAÇÃO: 1. Natural – consiste-se nas obras da criação e 2.
Especial – cujo objetivo é levar o pecador de volta ao Criador. Aponta para o plano
da salvação.
É no campo da Revelação Especial que há divergências entre cristãos
REFORMADOS e CARISMÁTICOS (católicos romanos, pentecostais e
neopetencostais).
Vejamos apenas duas referências bíblicas para ilustrar como a Bíblia aborda o
aspecto da REVELAÇÃO. A primeira está no Antigo Testamento – Sl 119.30 e a
segunda no Novo Testamento - um trecho de Gálatas 1. 11-13
SALMOS 119.130 – “ A Revelação das tuas palavras esclarece e dá entendimento
aos simples”. A quem o Salmista está se referindo? Palavras de quem?
Anteriormente, no mesmo capítulo, o Versículo 126, esclarece: o Senhor.
GÁLATAS 1.11-13 – “ Faço-vos, porém saber, irmãos, que o evangelho por mim
anunciado não é segundo o homem, porque eu não o recebi, nem o aprendi de
homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo. Porque ouvistes qual foi
o meu proceder outrora no Judaísmo, como sobremaneira perseguia eu a igreja,
de Deus e a devastava”.
Então, tanto no Antigo como no Novo Testamento verificamos que o conceito de
REVELAÇÃO está relacionado como algo que é dito sempre proveniente de Deus
seja na pessoa do PAI como no ex. de Salmos, do FILHO ou na pessoa do
ESPÍRITO SANTO como no ex. de Gálatas. Também percebemos que em ambos
os casos a REVELAÇÃO PROVINDA DE DEUS, sempre tem efeitos positivos, no
homem – traz conhecimento, valoriza as pessoas simples, produz mudanças
profundamente positivas no comportamento (recupera assassinos como no caso
de Paulo...)
Onde residem as divergências no entendimento da revelação especial entre
REFORMADOS e CARISMÁTICOS?
Os Cristãos ainda estão recebendo por Inspiração do Espírito Santo, revelações
diretas de Deus? Quando alguém compõe um hino, faz uma pregação está
estabelecendo uma conexão direta com Deus?
PONTO DE VISTA CARISMÁTICO - Para os carismáticos a Bíblia não é o ponto
final de revelação. Os cristãos hoje e os do futuro poderão continuar somando
outras idéias e experiências às Escrituras. A título de ilustração, algumas idéias do
teólogo carismático J. Rodman Williams: “A Bíblia tem se tornado verdadeiramente
testemunha junto à atividade presente de Deus... se hoje alguém tem talvez (grifo
meu, como afirmar que tal visão é mesmo Deus?...) uma visão de Deus, de Cristo,
é bom saber que isto já aconteceu antes; se alguém recebe uma revelação de
Deus, saiba que para cristãos primitivos a revelação também acontecia na
comunidade; se alguém diz “Assim diz o Senhor” e ousa se dirigir aos irmãos na
primeira pessoa – mesmo indo além das palavras da Escritura – isso já acontecia
há muito tempo atrás.”
Há ainda o ponto de vista da INSPIRAÇÃO CONTÍNUA. Outra afirmação de
J.Rodman Williams: “Pois, no Espírito, a comunhão atual é a arena da presença
vital de Deus tanto quanto qualquer coisa no relato bíblico. Sem dúvida, a luz do
que podemos aprender deste testemunho passado, e apropriar para nosso
coração, podemos esperar que ocorram coisas novas em nossos dias e nos dias
vindouros.”
Este proceder é chamado pelos CARISMÁTICOS de “Dom da profecia” – qualquer
um pode receber mensagens diretas de Deus e transmiti-las aos demais.
Este mesmo autor admite que pode haver riscos com este proceder e apregoa que
deve haver consideração séria e cautelosa e discernimento espiritual para
identificar o que é verdadeiro do que é falso, perigoso. Só não explica como fazer
isso...
PONTO DE VISTA REFORMADO - Na Igreja Reformada não existe o dom da
profecia? Será que o Senhor Deus só concede este dom aos carismáticos?? A
diferença está no que se entende como profecia. Para os reformados é a
proclamação daquilo que está contido nas Escrituras, sempre haverá a mediação
da Escritura, ou seja, a letra do hino será totalmente fundamentada biblicamente,
a pregação também. A Bíblia é vista como a fonte final e suficiente da revelação
de Deus, quando alguém diz algo, a postura reformada é tentar entender onde
aquilo pode estar embasado na escritura. Caso não encontre, não dá crédito à
mensagem pois o cânone está completo, apoiando-se em ref. bíblica Judas –
versos 3-4 (destaque para a expressão PELA FÉ QUE UMA VEZ POR TODAS
FOI ENTREGUE AOS SANTOS).
A Confissão de Fé em seu Capítulo I, Seção VI, afirma:
Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória
dele e para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na
Escritura ou pode ser lógica e deduzido dela. À Escritura nada se acrescentará em
tempo algum, nem por novas revelações do Espírito, nem por tradições dos
homens; reconhecemos, entretanto, ser necessária a íntima iluminação do Espírito
de Deus para a salvadora compreensão das coisas reveladas na Palavra, e que
há algumas circunstâncias, quanto ao culto de Deus e ao governo da Igreja,
comuns às ações e sociedades humanas, as quais têm de ser ordenadas pela luz
da natureza e pela prudência cristã, segundo as regras da Palavra, que sempre
devem ser observadas.
Como mensagem final, façamos uma pequena análise de João 14.7-10:
Filipe precisava que Jesus lhe desse um sinal a fim de que visse o Pai. Jesus
respondeu que já o tinha visto através dele. Parece que Filipe queria uma
revelação a mais... Jesus o repreendeu por isto. E nós, como estamos??
Procurar “revelações extras” muitas vezes pode ser sintoma de enfraquecimento
na fé. A fé é a certeza das coisas que não se vêem. Muitas vezes queremos ver,
precisamos de tudo tão concreto, como nas fase iniciais do desenvolvimento
emocional da criança... somos imaturos... Este enfraquecimento não é privilégio
dos CARISMÁTICOS mas é próprio de nossa natureza humana, extremamente
carente da misericórdia de Deus. Lembremo-nos disso para que não caiamos em
tentação de tratar os carismáticos com arrogância e falta de amor!!
Fontes:
− A Confissão de Fé de Westminster. “Da Escritura Sagrada”, Cap. I. , Sç VI. São Paulo. Editora Cultura Cristã, 2003.
− MacArthur, Jonh F Jr. Os Carismáticos, um panorama doutrinário. Caps 2 e 3. Editora Fiel.
− Chantry, Walter J. Sinais dos Apóstolos. Observações sobre o pentecostalismo – antigo e moderno. Editora PES,
Publicações Evangélicas Selecionadas, 1996.
O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
1. A pessoa do Espírito Santo
A terceira pessoa da Trindade (Mt 28.19; 1 Co 12.4-6; 2 Co 13.13)
Trindade imanente e econômica
As funções do Espírito Santo: aplicar a obra da redenção, santificar,
capacitar para o testemunho e o serviço cristão
2. O ministério do Espírito Santo e Jesus
Sua atuação no nascimento de Jesus: Lc 1.35,41-43,67; 2.25-27
Sua atuação no ministério de Jesus: Lc 3.16,22; 4.1,14,18
Paralelo entre Jesus-Deus Pai e Espírito-Jesus: Jo 14.16s,26; 15.26s;
16.7-14
3. O batismo com o Espírito Santo
Posição pentecostal: segunda bênção, posterior à conversão
Posição reformada: dádiva do Espírito Santo aos que crêem em Cristo,
coincide com a conversão
É parte do ministério do Espírito Santo em relação à igreja e aos cristãos
individuais
4. Sete referências no Novo Testamento
Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.33; At 1.5; 11.16; 1 Co 12.13
Quatro aspectos:
O sujeito (quem batiza)
O objeto (quem é batizado)
O elemento (com que se batiza)
O propósito (para que se batiza)
5. Situações especiais em Atos dos Apóstolos
Lembrar que Atos é texto narrativo, e não didático (não visa ensinar
doutrinas).
O Pentecoste – At 2.1-4 (ver 1.5,8)
Os samaritanos – At 8.14-17
A casa de Cornélio – At 10.44-48
Os discípulos de Éfeso – At 19.1-7
6. O entendimento reformado da questão
O batismo com ou no Espírito Santo é um dos eventos associados com a
conversão, regeneração, novo nascimento.
O que ocorre após a conversão, geralmente de modo progressivo (não
instantâneo), é a santificação e o preenchimento do Espírito (Ef 5.18).
Os puritanos falavam de uma experiência especial na vida cristã que é a
plena certeza de salvação (Lloyd-Jones: o selo ou testemunho interno do
Espírito).
Confissão de Fé de Westminster: 7.3; 8.8; 10.1,2; 14.1
DONS ESPIRITUAIS: LÍNGUAS
“Falar em línguas” (glossolalia) - marca registrada do movimento pentecostal;
considerada a evidência do batismo com o Espírito Santo.
Os movimentos pentecostal e carismático dão à glossolalia uma dimensão muito
maior do que ela tem no NT.
- Evangelhos – só uma referência em Marcos 16.17 (“sinais” – também v. 20).
- Atos – três referências: Cap. 2.4, 6, 8, 11 (Pentecoste, línguas humanas, louvor,
ênfase maior na pregação); Cap. 10.46 (casa de Cornélio, louvor); Cap. 19.6
(discípulos em Éfeso, associadas com profecias). Nestes dois últimos casos
podiam não ser línguas humanas. Propósito: sinalizar que o Espírito Santo (e a
salvação) foi concedido também aos gentios.
- Epístolas – somente 1 Coríntios, caps. 12-14. Ocorre em duas listas de dons
espirituais: v. 8-10 e 28 (“variedade de línguas”), acompanhada do dom correlato
da interpretação ou tradução. Não ocorre em outra lista de dons: Rm 12.6-8 (e Ef
4.11).
Princípios ensinados por Paulo:
1. Os dons em geral e o dom de línguas em particular visam à edificação do
corpo de Cristo, a igreja, e não ao proveito individual (ver Rm 12.5 e contexto;
1 Co 12.7,12, 25-27; 13.1-13).
2. 2. Os dons são distribuídos soberanamente pelo Espírito entre os crentes;
ninguém tem todos os dons (1Co 12.11). Paulo não associa esse dom com um
revestimento especial do Espírito Santo. É um dom entre outros, concedido
pelo Espírito a uns e a outros, não.
3. Paulo instrui os coríntios a buscarem os melhores dons (12.31; 14.1) e deixa
claro que o falar em línguas não é um dos melhores dons. O dom da profecia é
superior a ele (14.5).
4. O dom de línguas não tinha valor para a edificação da igreja (14.2, 4), ao
contrário do dom da profecia (14.3,19).
5. O dom de línguas só deveria ser exercido na igreja (no culto – 14.23, 26) se
houvesse interpretação ou tradução (v. 5, 13).
6. O apóstolo admitiu a validade das línguas para a edificação pessoal (v. 4), mas
isso deixava de cumprir o principal propósito dos dons espirituais.
7. As línguas não eram atividades racionais, intelectuais, e deixavam a mente
infrutífera (v.14).
Sintetizando:
Paulo reconheceu a legitimidade desse dom, mas se preocupou com as suas
distorções. Devia ser utilizado na igreja sob condições muito especiais. Os
princípios paulinos não são observados na maior parte das igrejas pentecostais e
carismáticas.
Muitos reformados acreditam que os dons extraordinários (os de 1 Coríntios 12,
não os de Romanos 12) cessaram com o fim da era apostólica. Paulo deixou claro
que as línguas haveriam de cessar (1Co 13.8). As condições daquela época
nunca mais se repetiram. Foi um tempo singular e único na história da redenção.
Agora temos a Escritura pronta e acabada em mãos; a revelação está encerrada e
contém tudo o que precisamos.
Diz a CFW, 1.1: “Ainda que a luz da natureza e as obras da criação e da
providência de tal modo manifestem a bondade, a sabedoria e o poder de Deus,
que os homens ficam inescusáveis, contudo não são suficientes para dar aquele
conhecimento de Deus e da sua vontade necessário para a salvação; por isso foi
o Senhor servido, em diversos tempos e diferentes modos, revelar-se e declarar à
sua Igreja aquela sua vontade; e depois, para melhor preservação e propagação
da verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a
corrupção da carne e malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido fazêla
escrever toda. Isto torna indispensável a Escritura Sagrada, tendo cessado
aqueles antigos modos de revelar Deus a sua vontade ao seu povo.
Observações de John F. MacArthur (Os Carismáticos):
1. Existem manifestações de línguas em muitas religiões (africanas, islamismo,
budismo).
2. As línguas podem ser um comportamento aprendido: geralmente têm o mesmo
padrão e sons.
3. Podem ser um fenômeno psicológico: palavras de Joseph Smith
4. Por que são tão populares: fome espiritual, desejo de auto-expressão, reação à
sociedade secularizada, mecânica e indiferente; necessidade de aceitação e
segurança; reação contra o cristianismo frio e morto de muitas igrejas.
MILAGRES: ONTEM E HOJE
A Bíblia contém o registro de milagres?
Milagres acontecem somente em contos de fadas, e por conseguinte, não
existem?
E quanto ao relato bíblico: compõe-se de muitas fábulas? A história de Jonas, por
exemplo, é uma mera fábula?
Os milagres continuam acontecendo ou se limitaram aos relatos bíblicos?
Walter J. Chantry afirma que para a mente santificada não é difícil ver o poder de
Deus em toda parte pois a criação, por exemplo, incessantemente provê
demonstrações impressionantes do poder do Criador.
Isto faz com que os cristãos muitas vezes usem a palavra milagre como sinônimo
de sobrenatural. Ex. Milagre do nascimento, milagre da primavera, milagre da
colheita, como expressão de contemplação da grandiosidade do poder de Deus.
Até o alcance da graça de Deus sobre a alma é chamado de “milagre do novo
nascimento”. Na verdade, nesses casos, o que ocorre é o uso de linguagem
poética que acaba misturando os conceitos de MILAGRE e PROVIDÊNCIA.
O caso de uma gestação, por exemplo, um ser inexistente trazido à vida em
virtude do poder divino na concepção e no nascimento, trata-se de uma
surpreendente ação divina, mas para a qual encontram-se explicações
secundárias (neste exemplo, na Biologia). Consiste-se na ação habitual de Deus,
tratando-se então de sua PROVIDÊNCIA.
Vejamos uma correta definição do termo MILAGRE: operação de Deus que ocorre
no plano físico, fenômeno incomum para a experiência humana e inexplicável em
termos de agentes físicos secundários. Um MILAGRE marca uma interrupção no
padrão normal da operação divina mediante Sua ação extraordinária. Isto produz
a atenção maravilhada dos homens. Ex. abertura do Mar Vermelho por meio de
Moisés, ao estender a vara sobre as águas.
Não há razão bíblica para limitar a Deus à realização de milagres em certas
épocas somente. Afinal, o poder de Deus não se esvaiu. Todavia, mudou a forma
como se manifesta, lembrando sempre que atualmente temos o cânon completo
que contém a revelação suficiente de Deus, não sendo mais necessário que
procuremos “sinais” ou “experiências adicionais” fora da Escritura. No passado
Deus concedeu a certos homens o poder de realizar milagres sob Sua autoridade.
Ex. Pedro (sob sua sombra curava enfermos). Deve ser feita uma distinção entre
as afirmações “DEUS CONTINUA A OPERAR MILAGRES” e “ATUALMENTE HÁ
HOMENS REALIZANDO MILAGRES SOB A AUTORIDADE DE DEUS”.
CONTEXTUALIZAÇÃO BÍBLICA
A Bíblica relata a ocorrência de milagres em determinadas épocas e com funções
específicas:
Antigo Testamento
José do Egito – tinha dons extraordinários (interpretação de sonhos, predição de
eventos futuros). Função: proclamar a verdade divinamente inspirada. (Gênesis
40).
Moisés – primeiro homem operador de milagres. Função: dificuldade inicial em ser
reconhecido como profeta – credenciais dadas por Deus, mediação entre Deus e o
povo e a introdução dos 10 Mandamentos, nova nação de Israel, o tabernáculo, o
sacrifício e o sacerdócio. (Algumas ref: Êxodo 14.15-18 e 15.22-26).
Josué – “sucessor” de Moisés na condução do Povo de Israel à Terra Prometida
(Js 1.1-5): posse da terra herdada e propagação da Lei, já apontando para a
PALAVRA. (Js 10.12-14)
Profetas Elias e Eliseu – foram escolhidos por Deus por ocasião da divisão do
reino: Israel (norte) e Judá (sul) a fim de reavivarem o ofício profético
(proclamação). Época caracterizada por grande deterioração do Reino de Israel
durante o reinado de Acabe: idolatria, corrupção...
Elias e Eliseu fizeram muitos milagres o que serviu para testificarem, haver sido
enviados por Deus. (Ref. I Rs 17-8-24; I Rs. 18; II Rs 2.19-22)
Novo Testamento – Anos 33 até 96
1) Jesus – anúncio de que é o Messias. (ref. Jo 10.24-25 / At.2:22). Milagres:
curas, expulsão de demônios, ressurreição de Lázaro.
2) Apóstolos – escolhidos por Jesus, autenticados como mensageiros e
portadores da Revelação, mensagem de salvação para judeus e gentios. (Ref. At.
5.12-16).
3) Comissionados – homens intimamente associados aos apóstolos que foram
comissionados por estes e receberam poder miraculoso como mensageiros da
palavra de Deus. Ex. Estevão e Filipe (Atos 6).
Tal poder nunca ia além destes casos. Depois que a igreja nasceu em
Pentecostes, nenhum milagre aconteceu no Novo Testamento a não ser na
presença de um apóstolo ou de alguém diretamente comissionado por um
apóstolo.
Em todas as épocas da História, os milagres têm uma função COLETIVA de
anunciar a natureza salvadora de Deus, proclamando verdades divinas.
O MOVIMENTO PENTESCOSTAL E A BUSCA POR MILAGRES
“O Novo Testamento não é um relato do que aconteceu em uma geração, mas um
modelo do que deve acontecer em toda geração até a volta de Jesus” ( David
DuPlessis – líder carismático).
Na afirmação anterior está implícita a crença de que nos dias atuais, é possível a
ocorrência de milagres mediante a ação humana (poderes semelhantes aos dados
aos apóstolos Pedro, Paulo... ref. At 2:22). Todavia NADA nas Escrituras indica
que as coisas que aconteceram na era apostólica deveriam ocorrer em eras
subsequentes. A Bíblia não exorta o crente a buscar manifestações miraculosas
do Espírito Santo. Nas epístolas encontram-se cinco ordens relacionadas aos
crentes e ao Espírito Santo:
Não apagueis o Espírito (I Tes. 5:18)
Não entristeçais o Espírito (Ef. 4:30)
Andai no Espírito (Gl 5:25)
Orai no Espírito (Jd 20)
Enchei-vos do Espírito (Ef. 5.18)
Outro aspecto enfatizado pelo movimento pentecostal é a busca por milagres de
ordem individual; “Deus tem um milagre só para você”. Lembremo-nos que Jesus
curava a fim de sarar os males das pessoas e aliviar seu sofrimento, mas estes
eram benefícios secundários pois o propósito primordial era autenticar que Ele
era o Messias (Jo 20.30-31).
Será que só após alcançar um milagre pessoal é que se pode testificar da graça
de Deus? A mensagem da redenção, não é suficiente? Deus é soberano e pode
realizar milagres na vida daqueles a quem, em sua SOBERANIA, tiver como
propósito.
O MOVIMENTO PENTECOSTAL E A “AUTO-PROCLAMAÇÃO” DE
APÓSTOLOS
Os apóstolos escolhidos por Jesus foram munidos da capacidade de operarem
muitos milagres. Se admitirmos que nos dias atuais ainda é possível a existência
de apóstolos, tal qual na igreja primitiva, então se pode aceitar a idéia de que as
mãos humanas são capazes de operar milagres.
Ao contrário desta possibilidade, as ESCRITURAS apresentam seis razões pelas
quais não se tem apóstolos nos dias de hoje:
A igreja foi fundamentada sobre os apóstolos, ou seja, foram designados como
fundamento da igreja. Ao se construir um prédio, faz-se o alicerce uma vez; não se
faz novos alicerces.
Os apóstolos tinham que ser testemunhas oculares da ressurreição. Jesus
ressurreto apareceu a vários grupos de pessoas até sua ascensão. Exceção:
Paulo viu a Cristo no caminho de Damasco, mas outros que o acompanhavam
viram a grande luz e sabiam que ele havia ficado cego. Outras duas ocasiões em
que Cristo apareceu a Paulo: Atos 18.9 e 23.11).
Um apóstolo era escolhido pessoalmente por Jesus Cristo (Mt 10.1-4). Com a
traição de Judas, os apóstolos escolheram Matias. Paulo foi escolhido por Cristo
no caminho de Damasco.
Distinção importante na Bíblia: apóstolos (os doze), não são os mesmos que
“apóstolos da igreja” (II Cor 8:23) – termo genérico para designar colaboradores
diversos.
Os apóstolos eram autenticados por sinais de milagres. Ref. Atos 3.3-11 / At 5.15-
16 / At 9.36-42 / At 28. 1-6
Os apóstolos tinham autoridade absoluta. Eram agentes reveladores de Deus
(Judas 17). Não tinham sucessores.
Os apóstolos possuem um lugar eterno e único de honra. Ap 21.14 diz que os
nomes dos doze apóstolos estão selados para sempre no muro da Nova
Jerusalém no céu.
Mesmo ainda nos dias dos apóstolos, após fundamentada a igreja, os milagres
(via mãos humanas) cessaram. Exemplos:
Paulo não pode ser curado de seu próprio “espinho” (II Co 12.7-10)
Paulo orienta a Timóteo que tomasse um pouco de vinho para tratar do estômago
(I Tm 5.23).
Paulo deixou um doente amado em Mileto (2 Tm. 4.20).
CONCLUSÃO
ESTUDAR E OBEDECER A PALAVRA DE DEUS, TORNA O CRISTÃO SÁBIO E
MADURO. O CRISTÃO DEVE VIVER PELA FÉ (CERTEZA DAS COISAS QUE
NÃO SE VÊEM), NÃO PELO QUE VÊ.

Bibliografia:
MacArthur, Jonh F Jr. Os Carismáticos, um panorama doutrinário. Caps 7. Editora Fiel, 2002.
Chantry, Walter J. Sinais dos Apóstolos. Observações sobre o pentecostalismo – antigo e moderno. Caps. 2,
3. Editora PES, Publicações Evangélicas Selecionadas, 1996.

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