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terça-feira, 10 de abril de 2012

Cuidando de nossos pais




Por: Darlene S. Rushdoony

Amor é mais que a expressão de sentimento. Ele é melhor revelado em nossas ações.


Cuidar dos pais é um ato de amor e uma piedade no lar que agrada a Deus.





Paulo usou o modelo de uma família para descrever os relacionamentos na igreja. Timóteo deveria se dirigir aos membros anciãos como faria com um pai ou mãe, e aos jovens como irmãos e irmãs (1Tm. 5:1-2), e foi nesses termos também que ele falou sobre o cuidado pelas viúvas. Contudo, a igreja não deve assumir os deveres da família, e em particular o cuidado pelas viúvas: “… se algum crente ou alguma crente tem viúvas, socorra-as, e não se sobrecarregue a igreja, para que se possam sustentar as que deveras são viúvas” (v. 16). Por “deveras são viúvas” ele quer dizer viúvas que não tenham parentes vivos.

Piedade no Lar

Paulo descreveu cuidar das viúvas como cuidar da sua “própria casa” (v. 8). Ele deixou muito claro que a caridade da igreja nunca deve substituir a responsabilidade de um filho, ou mesmo de um sobrinho. Numa ordem patriarcal, onde famílias grandes viviam e trabalhavam juntos, uma tia era uma figura estendida da mãe e merecia um respeito correspondente. Essa responsabilidade familiar vem antes daquela da igreja, que se envolve apenas se não existe nenhum membro da família que possa assumir o cuidado. Como tudo da lei de Deus, esse requerimento envolvia uma bênção para a obediência e uma maldição para a desobediência.

A bênção prometida era que, aos olhos de Deus, o cuidado pelos membros idosos da família era uma “piedade no lar” (KJV) que Paulo nos assegura ser “bom e agradável diante de Deus” (v. 4, RC). Quando Deus nos dá a oportunidade de servir-lhe em obediência, isso é um ato de graça, uma bênção. Os fariseus, por distorcerem a revelação de Deus, constantemente se mostravam ignorantes nas questões de piedade. A idéia de piedade deles era aquela de uma demonstração pública para serem vistos diante dos homens (Mt. 6:1-18). Eles também pensavam que poderiam honrar a Deus na adoração, enquanto negligenciavam suas responsabilidades para com pais necessitados (15:5-6).

Pior que um Infiel

Há também uma maldição sobre aqueles que negligenciam seus deveres para com os pais. Paulo disse a Timóteo que não cuidar de um pai necessitado era negar a fé e ter um comportamento “pior do que o infiel” (RC).

Isso não deveria parecer duro se entendemos o imperativo do quinto mandamento. Quando Paulo escreveu a Timóteo sobre a responsabilidade dos filhos para com seus pais, era no contexto da relação do ministro com a congregação. Mesmo na situação difícil de uma repreensão necessária, o ministro não deveria esquecer a honra devida a essa pessoa como um membro na família de Deus. Nos tempos difíceis da idade avançada, enfermidade ou necessidade econômica de um pai, devemos da mesma forma ser diligentes em nossa responsabilidade de honrá-los como o quinto mandamento requer de nós. Afinal, Cristo veio para estabelecer a lei (Mt. 5:17). Como podemos honrar nosso Pai Celestial enquanto desonramos nossos pais terrenos?

Em adição a honrar o papel deles na economia de Deus como o quinto mandamento exige, devemos lembrar também do nosso débito de gratidão por nossa criação. Paulo menciona que nosso tratamento dos pais em necessidade é uma forma de “recompensar” ou reembolsá-los (v. 4). Como nós os tratamos quando precisam de nós diz muito sobre se verdadeiramente valorizamo-los e a nossa criação. A avareza para com nossos pais revela uma ingratidão egocêntrica.

À medida que os nossos pais envelhecem, há uma reversão no papel de oferecer cuidado. Deveríamos ver isso como uma honra de recompensá-los pelo cuidado que nos deram como crianças. Maria, irmã de Marta, uma vez honrou a Cristo ungindo os Seus pés. Nicodemos e José de Arimatéia honraram-no enterrando Seu corpo com o que era uma pequena fortuna em mirra e aloés. Algumas vezes nosso maior método de honrar nossos pais pode envolver demonstrações físicas, embora diferentes.

Honrar um pai frágil e necessitado é um amadurecimento final do nosso relacionamento com eles, pois é o nosso último papel como filho que devemos cumprir. E devemos entender que a papel de um filho não termina na maioridade, mas sempre existe enquanto os pais viverem. É honroso mostrar aos nossos pais o quanto aprendemos deles

Alguns anos atrás, deparei-me com um livro de história infantil de Robert Munsch chamado Love You Forever [Amo Você para Sempre]. Ele fala de uma mãe que carregava seu filho pequeno para a cama todas as noites e cantava uma canção: “Eu te amarei para sempre”. No final da história, com a idade avançada, a mãe está muito fraca para cantar para o seu filho, de forma que ele é quem a carrega para a cama, e canta aquela canção. Eu dei uma cópia ao meu filho, e uma à minha filha mais velha, e tenho ainda outra cópia para a próxima.

Amor é mais que a expressão de sentimento. Ele é melhor revelado em nossas ações. Cuidar dos pais é um ato de amor e uma piedade no lar que agrada a Deus.

Fonte: Faith for All of Life, Março/Abril 2006, p. 23 Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto

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