O EVANGELHO SEM CRUZ

E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo.
(Lc 14:27)

Mas para chegar a Deus
Tem que passar pela Cruz.
(“Passar pela Cruz”, hino de José Adélio).

O “evangelho” apresentado hoje um é convite para o sucesso, o bem-estar, a realização pessoal, o apreço do mundo e a riqueza (pecúlio).  É pregado um evangelho cheio de concessões para que o pecador não se sinta ofendido, aliás, muitos acham um inconveniente chamar o pecador de ‘pecador’, então se atribuem eufemismos àqueles em depravação total, que estão completamente alienados de Deus. Muitas vezes, até os chamam de ‘irmãos’. Irmãos em quê? O Evangelho de Jesus Cristo foi adulterado. A Cruz foi, convenientemente, esquecida. O evangelho de hoje é uma chamado para ter uma ‘boa-vida’ sem ter que passar pela Cruz e deixar por lá o velho homem crucificado com Cristo.

O evangelho proclamado hoje é tão maldito que chega a contrariar as Escrituras. Se você sofre por Cristo, então, deve estar me pecado, segundo muitos adeptos do novo evangelho. Mas segundo a Escritura é uma graça concedida o privilégio de sofrer por Cristo (Fp 1:29). Nosso próprio Senhor Jesus Cristo nos adverte que se formos Seus seguidores, se formos, realmente, Seus discípulos, então, o mundo nos perseguirá assim como perseguiram a Ele (Jo 15:18-21). Os primeiros discípulos se regozijavam por terem sido considerados dignos de sofrer por Cristo (At 5:41), os de agora, precisam examinar a si mesmos para ver “se realmente estão na fé” (2 Co 13:5). Qual é sua ideia de cristianismo? Eu o convido a um autoexame. O verdadeiro discípulo nada mais é, senão àquele que diariamente aplica a Cruz a sua própria vida: “dia após dia, morro!” (1 Co 15:31).

Esses adeptos do evangelho-porta-larga não foram crucificados com Cristo e, consequentemente, não ressuscitaram com Ele, ou seja, não nasceram de novo; logo, ainda estão na velha natureza, em rebeldia contra Deus em seus delitos e pecados (Ef 2:1) e, portanto, não podem ver o Reino de Deus, pois para isso, é necessário ter sido regenerado, ter nascido de novo (Jo 3:3). Assim, são como Nicodemos, em outras palavras, são fariseus, apenas religiosos, não têm vida. Daí, estarmos nos tornando uma “nação evangélica”, numericamente falando, sem, contudo ter qualquer evidência de Fé Reformada. Será que realmente estamos na fé? (2 Co 13:5). Ou será que essa nação evangélica não passa de uma ilusão, uma massa sólida e disforme de apostasia generalizada, um tumor horrível criado pela pregação de um evangelho sem Cruz? “Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados” (2 Co 13:5).