sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
A Iniquidade das Coisas Santas
por
Charles Haddon Spurgeon
“E estará sobre a testa de Arão, para que Arão leve a iniqüidade concernente às
coisas santas que os filhos de Israel consagrarem em todas as ofertas de suas
coisas santas; sempre estará sobre a testa de Arão, para que eles sejam aceitos
perante o SENHOR” (Êxodo 28:38)
Que véu é levantado por estas palavras, e que revelação! Será humilhante, mas
proveitoso para nós, fazer uma pausa por alguns instantes e observar este triste
espetáculo. As iniquidades da nossa adoração pública: sua hipocrisia,
formalidade, indiferença, irreverência, inconstância de coração, e o
esquecimento da parte de Deus - que boa medida nós termos aí! Nosso serviço
para o Senhor, sua ambição, egoísmo, descuido, desleixo, descrença - quanta
mácula! Nossa devoção particular, sua debilidade, frieza, negligência,
sonolência, e vaidade - que monte de terra improdutiva! Se olhássemos mais
cuidadosamente, perceberíamos que esta iniquidade é muito maior do que
aparenta ser à primeira vista. Dr. Payson, escrevendo a seu irmão, diz, “Minha
paróquia, assim como meu coração, muito se assemelha ao jardim de um
preguiçoso; e o que é pior, acho que grande parte dos meus desejos para a
melhoria de ambos, procedem ou do orgulho e vaidade, ou da indolência. Vejo as
ervas daninhas que cobrem meu jardim, e espiro um ardente desejo de que elas
fossem erradicadas. Mas, por que? O que move esse desejo? Talvez eu saia e diga
a mim mesmo: ‘que bela ordem mantenho em meu jardim'! Isto é orgulho . Ou
pode ser que meus vizinhos olhem por cima do muro e digam: ‘Como seu jardim
está florido!' Isto é vaidade . Ou talvez eu deseje a destruição das ervas daninhas
porque estou cansado de arrancá-las. Isto é indolência .” De modo que, mesmo
nossos desejos de santidade podem estar contaminados por motivos vis. Os
vermes se escondem sob os gramados mais verdejantes; não precisamos observar
por muito tempo para descobri-los. Que encorajador é o pensamento de que,
quando o Sumo Sacerdote suportou a iniquidade das coisas santas, ele colocou
em sua testa as palavras “SANTIDADE AO SENHOR”: e mesmo assim, enquanto
Jesus sustenta nosso pecado, Ele apresenta diante da face do Pai não a nossa
santidade, mas a sua própria. Oh! quanta graça por ver o nosso grande Sumo
Sacerdote pelos olhos da fé!
Fonte: Morning and Evening (Devocional matutina do dia 08 de Janeiro)
Tradução: Mariza Regina Souza
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