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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A GRANDE MENTIRA DE QUE A IGREJA ESTÁ PROGREDINDO



Por: Cristiano Santana

INTRODUÇÃO: É corriqueiro ouvirmos, atualmente, pastores exaltando as igrejas evangélicas por seu admirável progresso. Em pouco menos de um século, o pentecostalismo brasileiro, que começou com pequenos e tímidos agrupamentos, transformou-se em uma força poderosíssima, composta de megaministérios que são verdadeiras empresas, movimentam milhões de reais, elegem deputados e senadores, possuem canais de rádio e tv, são capazes de construir megatemplos em pouquíssimo tempo, etc.

Diante dessa realidade, postula-se que o protestantismo brasileiro atual é o resultado de um desenvolvimento progressivo, o clímax de um processo evolutivo, levado a efeito por Deus.

Declara-se que a Igreja de hoje é melhor do que a de ontem, que muitas conquistas foram alcançadas. Os crentes, por exemplo, não vivem mais debaixo de regras rígidas como aquelas aplicadas no incipiente movimento pentecostal; normas que incluíam exclusão até por ouvir rádio. Dizem que que as denominações evangélicas estão mais sintonizadas com os dispositivos da Constituição e do Novo Código Civil, algo que confere mais direitos aos crentes (pelo menos teoricamente). Há igrejas tão prósperas que algumas estão entre os maiores pagadores de tributos de determinados municípios.

Em vista desses fatos, surge a pergunta: A Igreja está progredindo? A Igreja é uma instituição que inexoralmente caminha para a perfeição? Essa idéia de progresso está baseada em fatos, ou é um conceito ilusório? A Bíblia corrobora essa idéia? E o que veremos a seguir:

A ORIGEM DO CONCEITO DE PROGRESSO

Essa idéia de que a realidade é um progresso integrado, necessariamente progressista, tem a sua origem em um conjunto de doutrinas filosóficas que vêem na evolução a característica fundamental de todos os tipos ou formas de realidade e, por isso, o princípio adequado para explicar a realidade em seu conjunto. Essa foi a visão de Spencer, segundo o qual, o progresso reveste todos os aspectos da realidade.

O filósofo alemão Hegel também foi um outro grande proponente dessa idéia. Segundo ele, tanto o ser como o pensamento constituem um processo dialético que avança mediante o desenvolvimento e a reconciliação dos opostos. Há somente um princípio, que se manifesta numa sucessão de formas variadas e contrastantes, ainda que guardando cada qual um relação orgânica com o seu precedente e, contribuindo todas elas para a expressão do princípio que dá unidade a toda a série. A cada momento a realidade se desenvolve fazendo surgir uma oposição a sua própria imperfeição, e, então, capturando a oposição para combinar de uma maneira mais ampla e completa ambos os termos do contraste anteriormente existente.

A CONTAMINAÇÃO DA TEOLOGIA POR ESSA IDÉIA DE PROGRESSO

Os teólogos liberais, influenciados pelo filósofos do idealismo alemão, se apossaram dessa idéia de progresso e a aplicaram em suas teologias. O idealismo alemão era uma filosofia de teor otimista. Afirmava ser o universo inerentemente racional e que a razão estava triunfando paulatinamente sobre os remanescentes de irracionalidade. O bem, pensava-se, seria algo mais básico do que o mal, de modo que a vitória derradeira do bem estaria definitivamente assegurada. Por vezes, tal maneira de considerar-se as coisas era identificada com a noção cristã do Reino de Deus ou, como Royce o designava, a "Comunidade Amada".

Esse movimento teológico começou a afirmar que a maneira própria pela qual Deus realiza tudo é pelo funcionamento das leis naturais e através de mudanças progressivas.

Até mesmo a ciência foi contaminada. Os cientistas passaram a querer ascender de leis dispersas para conceitos cada vez mais gerais, procurando abarcar toda a realidade em uma só teoria, conhecida como a "teoria de tudo", o santo graal da ciência. Os sociólogos e antropologistas passaram a defender o progresso necessário da civilização que aos poucos estava abandonando idéias primitivas de instintos sanguinários. O destino do homem era a perfeição em todos os campos: religioso, científico, moral, social, etc.

A DISSOLUÇÃO DESSA IDÉIA DE PROGRESSO

O século vinte se iniciou como uma fase promissora na história, pois seria o século no qual a ciência, devidamente equipada para o atendimento das necessidades humanas, haveria de concorrer para o banimento de todos os males da superfície do planeta. As duas guerras mundiais foi "um banho de água fria" na ilusão otimista do liberalismo teológico. O homem mostrou a sua face mais cruel e terrível. A depressão econômica, ocorrida em 1929, também contribuiu para o enterro definitivo dessa teologia do otimismo e do progresso. A humanidade se via no espelho novamente, como má e perversa, inclinada decididamente à auto-destruição. A América começou a fazer instrospecções para entender o verdadeiro estado da alma.

O pressuposto do progresso único, contínuo e necessariamente progressita, que tanto influenciara as pesquisas sociológicas, morais, etc, finalmente foi reconhecido como uma simples hipótese metafísica.

O RETORNO À REALIDADE

Depois da grande decepção, os teólogos finalmente enxergaram a realidade e passaram a buscar novos caminhos na teologia de Kierkegaard e Karl Barth, as grandes figuras da neo-ortodoxia.

O primeiro nos apresentou o conceito do salto da fé que o cristão tem de dar em sua caminhada espiritual. Kierkegaard ressaltou a absoluta transcendência de Deus, ao dizer que Ele é diferente de qualquer coisa que possa ter sua existência demonstrada ou não. Deus se tornou um ser paradoxal para a razão humana. O ser humano não poderá jamais elevar-se a Deus; Deus é quem tem de vir até o homem. Mediante sua análise das ansiedades, do desespero e do pecado na vida humana, ele lançou muita dúvida sobre a legitimidade do otimismo cultivado no decorrer do século dezenove.

Barth também colaborou substancialmente para a nova visão pessimista do homem. Em sua primeira obra publicada, Barth insistiu no conceito de que Deus é "Inteiramente Outro". O fato de ter presenciado os horrores do nazismo, deixou marcas indeléveis em sua alma, a respeito da miséria da existência humana. Para Barth, o homem encontra-se um estado tão miserável que é incapaz de se aproximar de Deus, através de suas próprias faculdades. É necessário que Deus mesmo venha ao seu encontro. Enfim, no lugar do otimismo passou a vigorar o pessimismo.

O RESSURGIMENTO DA IDÉIA DE PROGRESSO ENTRE OS PENTECOSTAIS

Os líderes pentecostais, por ignorância ou por maldade, não levam em conta esses detalhes da história. Tentam iludir as massas persuadindo-as de que o incrível porte de suas igrejas é uma prova inquestionável de que suas instituições estão experimentando um franco progresso, decretado por Deus. Os mesmos fazem constantes comparações com o passado mostrando orgulhosamente os pontos em que suas igrejas avançaram.

O que se pretende mostrar aos evangélicos é que a Igreja continuará experimentando esse desenvolvimento e que nada deterá esse processo rumo à perfeição. Todo aquele que se levanta para mostrar apontar falhas institucionais são taxados de rebeldes, filhos do diabo condenados ao inferno.
Mas será que a Bíblia apóia a idéia de uma igreja que progride rumo à perfeição, que se desenvolve progressivamente, sem experimentar nenhuma crise espiritual?

O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE O ESTADO DA IGREJA DOS ÚLTIMOS TEMPOS

A idéia da "Igreja evolutiva" é totalmente estranha à teologia bíblica. A palavra de Deus, nos ensina, ao contrário, que a degeneração da Igreja é diretamente proporcional ao curso do tempo, ou seja, quanto mais os eventos escatológicos se aproximam, mas os crentes se afastam no paradigma bíblico de santidade. Bastam poucos versículos para provar isso:

"Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens que falam mentiras e têm a sua própria consciência cauterizada, proibindo o casamento, e ordenando a abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos com ações de graças pelos que são fiéis e que conhecem bem a verdade". ( I Timóteo 4:1-3)

"Nesse tempo muitos hão de se escandalizar, e trair-se uns aos outros, e mutuamente se odiarão.Igualmente hão de surgir muitos falsos profetas, e enganarão a muitos; e, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará. Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo." (Mateus 24:1-13)

"Sabe, porém, isto, que nos últimos dias sobrevirão tempos penosos; pois os homens serão amantes de si mesmos, gananciosos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a seus pais, ingratos, ímpios,sem afeição natural, implacáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus,tendo aparência de piedade, mas negando-lhe o poder" (I Timóteo 3:1-5)

CONCLUSÃO: A prosperidade das igrejas atuais é apenas uma maquiagem que tenta esconder a feiúra. É mais do que patente o declínio espiritual pelo qual passa o pentecostalismo atualmente. Os líderes evangélicos querem somar o poder político ao espiritual, os crentes cada vez mais relativizam os preceitos da palavra de Deus, pregadores e cantores alcançam o "status" de ídolos gospel e não têm mais nenhuma vergonha de cobrar dez mil reais para se apresentarem em uma única noite. Telepregadores aproveitam-se da credulidade alheia para pedirem ofertas cada vez maiores que outro destino não têm que o próprio bolso deles. Nossas igrejas estão repletas de "crentes" que vivem promiscuamente e já perderam qualquer senso de vergonha. A quantidade de heresias que proliferam dentro dos templos é algo assombroso. Cada vez menos se prega sobre o sacrifício expiatório de Cristo. A teologia da cruz foi substituída pela teologia da glória. Apesar disso tudo, os mentirosos ainda conseguem iludir a massa alienada, de que está tudo bem.

Mas nós devemos denunciar esse mentira, como fez Jeremias:

"Porque desde o menor deles até o maior, cada um se dá à avareza; e desde o profeta até o sacerdote, cada um procede perfidamente.Também se ocupam em curar superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz. Porventura se envergonharam por terem cometido abominação? Não, de maneira alguma; nem tampouco sabem que coisa é envergonhar-se. Portanto cairão entre os que caem; quando eu os visitar serão derribados, diz o Senhor." (Jeremias 6:13-15)

Senhores, não se enganem. A Igreja não está evoluindo, está involuindo. Não está crescendo, está encolhendo. Não está se santificando, está cada vez mais dominada pela imundícia. Não está se desenvolvendo, está atrofiando. Abram os olhos, essa é a realidade.

Bibliografia:

Dicionário de Filosofia - Nicola Abgnano
Teologia Contemporânea - William Hordern
Teologia Moderna - H. R. Machintosh

Fonte http://cristisantana.blogspot.com.br/2010/01/grande-mentira-de-que-igreja-esta.html

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